Zélia Gattai e Jorge Amado foram dois escritores brasileiros que viveram uma das mais belas e duradouras histórias de amor da literatura. Eles se conheceram em 1945, no Rio de Janeiro, quando ambos eram militantes do Partido Comunista Brasileiro. Zélia tinha 32 anos e era casada com o escritor Aldo Veiga, com quem tinha um filho. Jorge tinha 33 anos e era viúvo de Matilde Garcia Rosa, com quem tinha uma filha.
O encontro foi marcado por uma forte atração mútua, que logo se transformou em paixão. Zélia se separou do marido e Jorge a pediu em casamento. Eles se casaram em 1948, em Paris, onde viviam exilados por causa da perseguição política no Brasil. A partir daí, começou uma vida de cumplicidade, aventura e criação literária.
Zélia acompanhou Jorge em suas viagens pelo mundo, conhecendo diversas culturas e personalidades. Ela também se dedicou à sua própria obra, escrevendo livros de memórias, romances e contos. Seu primeiro livro, Anarquistas, Graças a Deus, foi publicado em 1979 e foi um grande sucesso. Nele, ela narra sua infância em São Paulo, em uma família de imigrantes italianos anarquistas.
Jorge foi um dos mais importantes e populares escritores brasileiros, autor de obras como Gabriela, Cravo e Canela, Dona Flor e Seus Dois Maridos e Capitães da Areia. Ele retratou com maestria a cultura, a história e o povo da Bahia, sua terra natal. Ele também foi um defensor dos direitos humanos, da democracia e da liberdade.
Zélia e Jorge viveram juntos por 56 anos, até a morte dele, em 2001. Eles tiveram dois filhos: João Jorge e Paloma. Eles construíram uma casa em Salvador, onde receberam amigos, artistas e intelectuais de todo o mundo. A casa hoje é a sede da Fundação Casa de Jorge Amado, que preserva e divulga o legado do casal.
Zélia morreu em 2008, aos 91 anos, deixando uma obra de 14 livros publicados. Ela também deixou um exemplo de amor, lealdade e parceria com Jorge Amado. Eles foram um casal que se amou intensamente, que se respeitou profundamente e que se apoiou mutuamente. Eles foram um casal que fez da literatura uma forma de expressar sua visão de mundo e sua paixão pela vida.