A lateralidade é um conceito fundamental na educação infantil, que se refere à preferência de uso de um dos lados do corpo em relação ao outro. Essa questão não é apenas uma curiosidade, mas desempenha um papel crucial no desenvolvimento motor e cognitivo das crianças. Na fase da infância, as crianças começam a explorar e a entender como utilizam suas mãos, pés e até mesmo os olhos, o que contribui para a formação da identidade e da personalidade.
Durante o desenvolvimento da lateralidade, as crianças tomam decisões sobre qual mão ou pé usar para realizar diferentes atividades. Essa escolha é identificada como lateralidade direita ou esquerda, e pode influenciar habilidades como coordenação motora, escrita e até mesmo a forma como se comunicam. Além disso, a definição da lateralidade não ocorre de maneira isolada; envolve uma série de interações sociais e práticas motoras que ajudam as crianças a se relacionarem com o ambiente ao seu redor.
Na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a lateralidade é abordada de forma transversal nas diferentes competências e habilidades que devem ser desenvolvidas na educação infantil. Um exemplo é o desenvolvimento da coordenação motora grossa e fina, que está diretamente relacionado à percepção da lateralidade. As crianças são incentivadas a realizar atividades que variam desde o brincar livre até desafios mais estruturados, como jogos que envolvam o uso de uma mão ou outra, promovendo uma compreensão mais ampla de seu próprio corpo e das suas capacidades.
Além disso, a BNCC destaca a importância do brincar como uma ferramenta essencial para o aprendizado, reconhecendo que, por meio das brincadeiras, as crianças não apenas se divertem, mas também exercitam a lateralidade. Atividades como jogos de bola, dança e exercícios que envolvem a alternância entre as mãos e os pés favorecem o desenvolvimento motor e contribuem para uma melhor percepção do espaço e do corpo.
Portanto, trabalhar a lateralidade na educação infantil transcende a simples identificação de uma mão dominante; é um compromisso com o desenvolvimento integral da criança, que se reflete em diversas áreas do aprendizado. As práticas pedagógicas devem ser adaptadas para oferecer experiências que ajudem as crianças a explorarem suas preferências motoras, possibilitando a construção de um conhecimento mais amplo sobre elas mesmas e o mundo à sua volta.