Conheça os Ribeirinhos, Povo Tradicional no Amazonas

Escrito por Thiago Pinheiro

Equipe de autores da ArqBahia.

Ei, pessoal, tudo bem? Bem-vindos!

Se vocês chegaram até aqui, vocês provavelmente estão se perguntando quem são os povos ribeirinhos, também chamados de população tradicional. Os povos ribeirinhos são aqueles que moram nas proximidades dos rios e sobrevivem da pesca artesanal, da caça, do roçado e do extrativismo. E devido aos aspectos geográficos do país, é na Amazônia que encontramos a maior parte dessa população.

Quem são os ribeirinhos?

Para entender melhor como os ribeirinhos chegaram a instalar suas moradias às margens dos rios, precisamos conhecer um pouco de sua história. Na segunda metade do século 19, muitas pessoas deixaram sua terra natal e vieram para a Amazônia em busca de empregos. Na época, várias empresas atuavam com o ciclo da extração do látex, o líquido branco utilizado na produção de borracha. Porém, na década de 1950, houve uma crise na borracha, e muitos deles ficaram desempregados. Eles eram chamados de seringueiros, pois se dedicavam à extração desse material.

Sem empregos e sem alternativas de moradia, eles foram praticamente obrigados a se espalharem ao longo dos rios da Floresta Amazônica, como nos rios Negro e Amazonas. Foi lá que construíram suas moradias.

Vida nas margens dos rios

 Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por viverem em um ambiente onde a força da natureza é muito presente, os ribeirinhos aprenderam a viver em um meio repleto de limitações e desafios impostos pelo rio e pela própria floresta. Essa relação especial com a natureza fez com que eles adaptassem seu cotidiano, modo de morar e buscassem meios para sua sobrevivência.

Suas moradias são construídas principalmente com madeira, sendo a grande maioria em forma de palafitas. Essas casas não possuem energia elétrica, água encanada ou saneamento básico. Estão localizadas próximas às margens dos rios e são construídas alguns metros acima do nível do rio para evitar que sejam invadidas pelas águas durante as enchentes. As palafitas utilizam tábuas para elevar o piso durante os períodos de cheia.

A importância dos rios

O rio desempenha um papel fundamental na vida dos ribeirinhos. É através dele que estabelecem as ligações entre as localidades, utilizando jangadas e barcos como seu único meio de transporte. O rio é a sua rua. É também através da pesca e da plantação de milho e mandioca, da produção de farinha e da coleta de castanhas e açaí, que os ribeirinhos obtêm sua fonte de renda e sobrevivência.

Conhecimento da natureza

Essa convivência especial com a natureza faz com que os ribeirinhos sejam detentores de conhecimentos únicos sobre a fauna e flora da floresta, o uso de plantas medicinais, os ritmos e caminhos das águas, os sons das matas e as épocas da terra. Esse convívio enriquece a cultura e os saberes transmitidos de geração em geração, de pai para filho.

Irmãs ribeirinhas e seus ‘animais de estimação’ (Foto: Eduardo Medrano)

Desafios e isolamento

Uma “Ambulancha”, veículo utilizado para facilitar o acesso às comunidades.

Entretanto, as comunidades ribeirinhas convivem com isolamento econômico e social. Elas muitas vezes vivem em situações de abandono, sem acesso à saúde e educação. Essa situação é em parte devido à sua localização geográfica e falta de assistência do governo.

Um desses desafios é o acesso à água potável. Mesmo cercados por água, muitas das comunidades não têm acesso a métodos de purificação de água e ficam em locais de difícil acesso para receber assistência. Além disso, o garimpo ilegal nos rios e regiões pioram a situação, pois os produtos químicos utilizados por eles tornam a água imprópria para consumo humano.

Atualidades: A seca na amazônia

Atualmente, as dificuldades das comunidades ribeirinhas da Amazônia se tornaram ainda maiores. Devido a El Niño, altas temperaturas no Atântico Norte e o aquecimento global, os rios da Amazônia chegaram a níveis jamais imagináveis. Muitos corpos d’água viraram terra e os peixes morreram.

Com a seca, o principal meio de transporte e de acesso das comunidades ribeirinhas também é prejudicado: o próprio rio. Eles secaram tanto que estão impedindo a navegação de barcos e balsas e, com isso, o acesso a médicos, água potável e alimentos é dificultado. Além dos preços que disparam.

Podemos perceber que a situação está difícil, não é? Casos assim nos fazem pensar em como podemos ajudar. Por isso, resolvemos indicar no fim do artigo o site da GreenPeace, onde é possível você fazer doações para o povo ribeirinho. Caso você queira fazer participar e ajudar, recomendamos que acesse: Emergência Amazônia – Greenpeace Brasil.

Esperamos que você tenha gostado do post!

Referências

Caboclos-ribeirinhos da Amazônia: um estudo da organização da produção camponesa no Município do Careiro da Várzea-AM | História “Sérgio Buarque de Holanda” (usp.br)

Ribeirinhos – CAEC Diadema (unifesp.br)

A luta de ribeirinhos contra a seca em um lago do Amazonas | Nexo Jornal

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